UOL Educação

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os problemas na utilização da Internet


Os problemas na utilização da Internet



Percebe-se que a Internet pode abrir um universo de oportunidades e perspectivas, mas também ocorrem alguns problemas a serem observados pelos educadores. A sua utilização compreende determinados riscos, que poderão ter conseqüências negativas para os alunos como o livre acesso a sites com problemas étnicos, pornografias, pedofilia, violência ou que conduzam à prática de atividades perigosas. Este é um aspecto a que os educadores precisam estar atentos para orientar corretamente seus alunos. Existem vários softwares que limitam o acesso a sites impróprios, filtrando o conteúdo a ser exibido na tela, mas não são infalíveis. A presença, o acompanhamento e a orientação de educadores e familiares é insubstituível.

Os professores precisam estar informados sobre direitos autorais para poder orientar seus alunos, pois a Internet é um universo livre de informações disponíveis, e nem sempre válidas. O aluno precisa aprender a avaliar a qualidade e a exatidão da fonte. Ao baixar um arquivo (texto, som, imagem) é necessário buscar permissão do autor para poder copiar o material.

Percebe-se que alguns alunos acostumados a receber tudo pronto do professor “não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender” proporcionada pelas redes eletrônicas, bem como há alguns professores que “criticam essa nova forma, porque parece um modo de não dar aula, de ficar brincando de aula [...]”. (Moran, 2001)

Em trabalho com pesquisas, na rede, os alunos podem se perder no emaranhado de informações, ou também se distrair com outras “informações pouco significativas, ficando na periferia dos assuntos, sem aprofundá-los, sem integrá-los num paradigma consistente". Com tal diversidade de conteúdos deverá se ter especial cuidado, com a possibilidade de ocorrer uma aproximação apenas superficial das informações. Percebe-se “também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro. Essa impaciência leva-os a aprofundar pouco as possibilidades que há em cada página encontrada. Os alunos, principalmente os mais jovens passeiam pelas páginas da Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto deixam de lado, por afobação, outras tantas, tão ou mais importantes". (Moran, 2000)

Observa-se que os alunos encantados pelas imagens, sons, animações, vão baixando tudo o que vêem, não estabelecendo uma relação, reflexão sobre o conteúdo abordado. Alguns alunos “tendem acumular muitos textos, lugares, idéias, que ficam gravados [...]. Colocam os dados em seqüência mais do que em confronto. Copiam os endereços, os artigos uns ao lado dos outros, sem a devida triagem". (Moran, 2001)

As atualizações e depurações na Internet são rápidas e constantes, tornando-se um desafio encontrar a informação novamente no endereço citado, pois, a Internet é um vasto banco de dados, mas em permanente mudança. De acordo com as necessidades de produção e domínio desses dados os organizadores ou proprietário dessas páginas ou dos sites inserem ou retiram elementos dos mesmos. Além disso, muitos endereços saem momentaneamente do domínio da navegabilidade, ou são alterados, impedindo ao usuário utilizar a página em diferentes momentos.
Pelo fato da Internet ser uma estrutura de hipertexto, se faz necessária muita atenção por parte de professores e alunos, pois algumas vezes pode-se tornar difícil acessar a mesma página novamente, por não se saber qual o caminho percorrido para chegar até ela anteriormente.

A falta de conhecimentos na utilização dos recursos da Internet podem dificultar ou atrasar o desenvolvimento de um projeto, pois se faz necessários conhecimentos prévios por parte dos professores e alunos.

Para a publicação de um material pode ocorrer algum problema quanto à limitação do espaço de armazenamento, sendo que a maioria das vezes a disponibilidade de espaço oferecido pelos provedores (principalmente os gratuitos) podem não atender as necessidades de um trabalho.

Grande parte dos sites se apresenta na língua inglesa, requerendo maior esforço do aluno cuja primeira língua não é o inglês ou ainda impossibilitando a sua leitura, conforme afirma o professor do Departamento de Ciências Políticas da UFMG[1], José Eisenberg: “80% dos sites na Rede Mundial de Computadores são em língua inglesa”. (Eisenberg, 2002)

Há também problemas com a própria rede, que às vezes, torna a conexão lenta, traz problemas de segurança e manutenção técnica, além da despesa com o provedor.
[1] UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.

Internet na educação: não fique de fora dessa, professor!



Internet na educação: não fique de fora dessa, professor!
Valéria Poletti
Os avanços da tecnologia estão sendo utilizados por todos os ramos do conhecimento. Tudo é muito rápido – estamos vivendo uma época de amplo acesso à informação. Recursos como computadores, Internet, TV a cabo, DVD e CD-Rom estão por aí, disponíveis a quem quiser usar. Governos e iniciativa privada estão em pleno trabalho para a democratização do uso de tudo isso. É uma tendência irreversível!Com todo esse mundo de informações disponíveis, nossos alunos estão cada vez mais atualizados, informados e interessados no que há de novo. E você, como está reagindo a tudo isso? Marco Aurélio Kalinke, autor do livro Internet na Educação afirma que “A despeito de todo esse avanço tecnológico, o magistério tem sido uma das profissões que menos proveito tem tirado dos recursos disponíveis”. Segundo Kalinke, a maioria dos professores brasileiros ainda tem um grau de envolvimento muito pequeno com a informática. É claro que faltam recursos, treinamento, equipamento – o que acaba atrasando ainda mais a utilização dessas inovações na escola.Precisamos mudar esse cenário! E, além de se apropriar da tecnologia, o professor precisa também saber como utilizar com sabedoria seus recursos. A Internet é sem dúvida uma das ferramentas com maiores possibilidades de agregar valor e destacar a importância do mestre. E tem mais: o professor que não quiser comprometer-se com a grande rede vai dispor de informações e fontes cada vez mais pobres em relação aos colegas que usam a Internet. Então, não fique de fora!O uso da Internet na sala de aulaVeja só os doze aspectos da utilização da Internet que podem trazer ganhos pedagógicos, segundo Sanmya Feitosa Tajra em seu livro Informática na Educação: Novas Ferramentas Pedagógicas Para o Professor da Atualidade (Editora Érica):1. Acessibilidade a fontes diversas de assuntos para pesquisas.2. Páginas educacionais específicas para a pesquisa escolar.3. Páginas para busca de softwares.4. Comunicação e interação com outras escolas.5. Estímulo para pesquisar a partir de temas previamente definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos.6. Desenvolvimento de uma nova forma de comunicação e socialização.7. Estímulo à escrita e à leitura.8. Estímulo à curiosidade.9. Estímulo ao raciocínio lógico.10. Desenvolvimento da autonomia.11. Aprendizado individualizado.12. Troca de experiências entre professores, entre alunos e entre professores e alunos.Outros aspectos positivos citados por Kalinke são a interação que a Internet permite, a agilidade de comunicação, a possibilidade de publicação de materiais e a facilidade de acesso à informação. Vejamos:InteraçãoA Internet é formidável para tornar o processo educacional mais dinâmico. A possibilidade do aluno traçar seu próprio caminho de aprendizagem é uma das vantagens da interação. Pode-se chegar a resultados semelhantes de aprendizado através de caminhos diferentes – personalizados pelos próprios alunos. Agregando-se imagem, som, animações, a aprendizagem fica ainda mais interessante.ComunicaçãoUm quesito bastante importante na defesa do uso da Internet na escola é a facilidade de comunicação que ela permite entre os participantes do processo educacional. Não somente alunos e pofessores, mas também pais e diretores podem beneficiar-se de instrumentos como e-mail, chat, ICQ, IRC, entre outros. Tudo muito rápido, eficaz e de custo relativamente baixo.Sobre esse aspecto da comunicação, Kalinke nos lembra que “por computador, os alunos podem convesar com outros, em localidades remotas. Podem participar de jogos, gincanas on-line e atividades programadas, que geram mudanças significativas na sua forma de entender o mundo e a realidade que os cerca.”Um exemplo interessante que ele nos dá em seu livro é o ambiente de aprendizagem colaborativa Eureka, que pode ser utilizado para cursos a distância via web ou como sala de aula virtual para complemetar as atividades desenvolvidas nas salas de aula tradicionais. Para conhecê-lo, acesse:http://eureka.escolainterativa.com.brPublicação de materiaisPor meio da Internet podemos valorizar a produção de nossos alunos. Com a possibilidade de publicarmos seus trabalhos e projetos na web, abre-se uma nova perspectiva de divulgação dessa produção, podendo atingir um grande número de pessoas, assim fazendo-se conhecer o trabalho desenvolvido nas escolas. Abre-se aí a possibilidade de se estabelecer um diálogo com a comunidade, seja ela composta por acadêmicos ou apenas os habitantes do bairro. Projetos que antes ficavam restritos à divulgação da Feira de Ciências, agora ficam à disposição da comunidade por tempo indeterminado, tornando-se parte da história da sua região, o que pode servir de grande estímulo aos alunos para que dêem o seu melhor na hora de produzir seus trabalhos.Acesso à informaçãoA Internet é, essencialmente, uma fonte de pesquisa. É um ambiente ideal para se obter e se trocar informação. Kalinke, citando A. Sobral em seu livro Internet na Escola: O Que É, Como Se Faz (Edições Loyola), nos dá algumas características da pesquisa na Internet que justificam seu uso no processo educacional:
Oferece um número praticamente ilimitado de recursos.
Requer uma palavra-chave para pesquisar e não tem, ao contrário da biblioteca, uma organização precisa.
Promove o esforço pessoal de pesquisa.
Não resulta de um esforço de reunir todas as informções relevantes: cada site determina que material apresentar, o que pode deixar alguns assuntos em segundo plano.
O formato eletrônico dos dados facilita sua obtenção.
Facilita a descoberta de múltiplos pontos de vista sobre um mesmo assunto.
É facilmente atualizável, podendo conter as informções mais recentes.
Requer que se desenvolva uma boa capacidade de se selecionar aquilo que se precisa, evitando o supérfluo.
Não parte, dada sua generalidade, das necessidades específicas dos usuários.
Por ter um enorme volume de informações, a Internet é uma vastíssima fonte de pesquisa, com a vantagem de trazer conteúdo sobre qualquer assunto e ainda ser bastante fácil de ser feita. Mas atenção: a Internet não pode ser a única fonte de pesquisa na escola. Ela deve ser considerada como mais uma ferramenta disponível de investigação. E, agora, vamos à prática...Para ser bem aproveitada, a Internet exige que os professores orientem seu uso aos estudantes. Se faz necessário que você indique aos seus alunos sites e links, para que se organize, se direcione, se qualifique os trabalhos e atividades.Para isso, fique de olho em indicações de sites e links em revistas, jornais e programas de televisão. A maneira mais rápida de se encontrar algo é através das máquinas de busca. Você sabe o que é isso? “Máquinas de busca são sistemas que têm por objetivo encontrar informação de interesse dos usuários na World Wide Web. Em termos gerais, elas coletam continuamente os dados disponíveis na Web e montam uma grande base de dados que é processada para aumentar a rapidez na recuperação de informação. Sem as máquinas de busca seria praticamente impossível encontrar informação na Internet, uma vez que há mais de um bilhão de páginas espalhadas em todo o mundo.” (Fonte: TodoBR – www.todobr.com.br)As máquinas de busca mais conhecidas são:Google (www.google.com.br) Cadê? (www.cade.com.br) MetaMiner (www.miner.com.br) Quem (www.quem.com.br) RadarUol (www.radaruol.com.br) Yahoo!Brasil (www.yahoo.com.br) Para indicar aos seus alunos sites que usarão em seus trabalhos, é necessário que você faça uma análise pedagógica, levando em conta os aspectos educacionais e não apenas os aspectos visuais, de conteúdo e de navegabilidade. Kalinke aborda alguns critérios para se fazer essa análise usando as teorias construtivistas e ergonômicas. Seria praticamente impossível resumir esses critérios em poucas palavras, portanto... se você quer realmente se aprofundar nesse assunto, vale a pena ler o livro. Mas, para ajudá-lo a fazer uma análise rápida e eficiente – porém não totalmente conclusiva – dos sites que indicará aos seus alunos, Kalinke criou um checklist, que pode ser utilizado para verificar se um site apresenta seu conteúdo privilegiando uma abordagem pedagógica construtivosta e ergonomicamente adequada. Vamos à lista:
Critérios
Sim
Não
Critérios relativos a aspectos construtivistas
O site disponibiliza ferramentas de interação?


O site trata o erro como possibilidade de uma nova abordagem da questão?


O site é um ambiente dinâmico?


O site disponibiliza ferramentas e tecnologias que permitem modelagens e simulações?


Critérios relativos a aspectos ergonômicos
O site apresenta boa legibilidade?


O site disponibiliza documentação?


O site possui boa navegabilidade?


Para saber mais:Internet na Educação, de Marco Aurélio Kalinke. Editora do Chain – tel.: (41) 264-3484 Contatos com o autor: kalinke@onda.com.br – www.supermatematica.com

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tecnologias na Educação

Artigos e entrevistas de tecnologias na educação e Educação inovadora no site do Professor Moran. Vale a pena visitar
Clique - http://www.eca.usp.br/prof/moran/

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A INTERNET NO CONTEXTO ESCOLAR: ALGUNS RECURSOS E SUAS APLICAÇÕES PEDAGÓGICAS


Antonio Carlos Gava*

O QUE É INTERNET?
O nome Internet vem de internetworking (ligação entre redes) (Lévy, 1999). É considerada a rede das redes. Ela significa muitas redes de comunicação diferentes, que são dirigidas e operadas por uma grande quantidade de organizações, que estão ligadas e interconectadas coletivamente para formar a Internet. Ela pode permitir a comunicação, compartilhamento de recursos e dados com pessoas ao redor do mundo. A internet é uma rede de computadores que interliga milhões de usuários em todo o mundo. Não é uma rede de computadores única, mas um grupo de redes hierarquizadas.
Para que serve esse vastíssimo espaço virtual? Em uma visão mais ampla, no tocante ao emprego da rede por todas as pessoas, a Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo, identificou os seguintes potenciais:
- Trocar informações mundialmente, de forma rápida e conveniente;
- Acessar especialistas em milhares de áreas do conhecimento;
- Obter atualizações constantes sobre tópicos de interesse;
- Formar equipes para trabalhar em conjunto, independente da distância geográfica;
- Transferir dados e arquivos entre máquinas localizadas em qualquer lugar do mundo conectado à rede. (Escola do Futuro,1997)

No campo educacional, de acordo com tais formas gerais de uso, os estudos da Universidade de São Paulo - Escola do Futuro sugerem que a Internet pode ser empregada com os seguintes propósitos:
- Troca de mensagens eletrônicas (e-mail) entre todas as partes do mundo; os estudantes podem compartilhar e obter informações sobre seus trabalhos e projetos com outros estudantes, pesquisadores, especialistas, localizados em diversos países;
- Participação em discussões entre membros da comunidade Internet sobre inúmeros tópicos, através de grupos de discussão, os usuários colocam questões para outras pessoas que compartilham do mesmo interesse;
- Acesso a arquivo de dados, incluindo som, imagem e textos e de mecanismo de busca na rede de uma determinada informação;
- Consulta a uma vasta biblioteca virtual de alcance mundial. (Escola do Futuro, 1997)
Para a comunidade científica ou de pesquisa, podemos dizer que a Internet é uma mídia indispensável. Através dela, tem-se acesso aos mais avançados recursos de pesquisa do Mundo. Dessa forma, pode-se discutir pesquisas com outros colegas que trabalham com as mesmas preocupações procurando alcançar resultados iguais. Por exemplo: “um instituto de pesquisa pode acoplar câmeras em um de seus laboratórios para exibir o andamento de certa montagem experimental. Pode, ainda, publicar na rede todas as conclusões a que seus pesquisadores estão chegando [...]”. (Almeida & Fonseca, 1999)

Internet na Escola
As formas de utilização da Internet e de seus recursos, na escola, são diversas; como exemplo, pode-se citar a sua utilização em pesquisas no desenvolvimento de projetos, visitas virtuais a cidades históricas e museus, desenvolvimento de projetos cooperativos/colaborativos, criação de ambientes de aprendizagem tanto presenciais como virtuais e publicação de trabalhos.
As pesquisas na Internet são facilitadas por vários “softwares” de busca, mas o professor deve estar atento ao fato do aluno não saber como utilizar esses recursos, podendo encontrar uma enorme quantidade de informações e assim, acarretando perda de tempo para sua seleção. Para economizar tempo e encontrar assuntos relevantes à pesquisa, torna-se indispensável que tanto o aluno quanto o professor tenham conhecimento dos sistemas de buscas[1], delimitem bem o assunto tendo um conhecimento inicial do que se procura, além de fazer uso de mais de um site de busca. Os programas de busca facilitam em muito o trabalho de pesquisa, como confirma Moran: “A Internet está trazendo inúmeras possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala de aula. A facilidade de digitando duas ou três palavras nos serviços de busca, encontrar múltiplas respostas para qualquer tema, é uma facilidade deslumbrante, impossível de ser imaginada há bem pouco tempo” (Moran, 1997). Pode-se encontrar vários assuntos, agilizado pelas facilidades dos programas de busca, mas se deve ter claro que o importante não é a quantidade e sim a qualidade das informações coletadas.
Os conteúdos encontrados podem ser apresentados em forma de texto, imagens, vídeos, animações, hipertexto, etc., tornando-se atraentes e interessantes para os alunos. Deve-se, orientar os alunos quanto à avaliação da qualidade e do valor da informação acessada, pois na rede existe a boa e a má informação e “nem tudo que se apresenta na Internet tem uma qualidade apurada, mas a grande maioria das páginas (home pages) e dos links[2] possui informações relevantes e significativas” (Behrens, 2001), como acontece com o rádio, a televisão, a imprensa e demais meios de comunicação. Observa-se que o acompanhamento dos pais e professores torna-se indispensável quanto aos conteúdos acessados pelos alunos.
Na Internet, as informações são provenientes de diferentes culturas, em diferentes línguas, indicadoras de diferentes visões de mundo e de significações diversas, pois a origem da informação é global independentemente do local de acesso. Através das interações via rede, é permitido obter mais detalhes sobre essas informações, fazer contatos com os autores, dar sugestões, questionar, sendo possível vir a se tornar um colaborador no desenvolvimento de um trabalho.
Observa-se que a Internet não deve ser usada somente como instrumento de pesquisa pedagógica, mas também como meio de comunicação e de troca de experiências entre alunos de escolas, cidades, estados e até países diferentes. Essa possibilidade de interagir com outros alunos, escolas, comunidade escolar e outras entidades, favorece as trocas de experiências e encurtamento de distâncias podendo promover as relações entre pessoas e instituições. Para Clarissa B. P. Braga:
A Internet pode trazer experiências enriquecedoras a nível de aprendizado, de troca de conhecimentos, de construção coletiva do hipertexto, proporcionados pela interatividade de alunos e professores de diversas instituições de ensino de diferentes partes do globo, de maneira instantânea. (Braga, 1999)
As interações facilitadas pela Internet podem acontecer da seguinte forma:

a) Interações aluno x aluno
As interações podem vir a incentivar o trabalho em grupo e o aprendizado em pares. Cada aluno pode dar a sua contribuição, uma vez que a experiência de vida de cada um é diferente do outro; essa troca de experiências favorece a resolução de problemas.

b) Interações aluno x professor
Nesse momento, a postura de mediador do professor é de vital importância. O professor, através das interações via rede, pode propor temas para os alunos pesquisarem, orientar a pesquisa, disponibilizar conteúdos, incentivar o trabalho em grupo, acompanhar a comunicação da turma, dirimir as dúvidas que são enviadas por e-mail. Observa-se que se faz necessário que o professor disponibilize um tempo para responder as dúvidas dos alunos, pois os mesmos aguardam um retorno para que possam prosseguir seus trabalhos. Se o professor demorar em responder, provavelmente haverá uma desmotivação por parte dos alunos, como nos coloca Masetto: “A disponibilidade do professor para responder aos e-mails é fundamental, pois, se à mensagem do aluno não se seguir imediatamente outra do professor, o processo se interrompe e o aluno se sente desmotivado para continuar o diálogo”. (Masetto, 2001)

c) Interações aluno x colega
A Internet propicia a comunicação com colegas de outras salas de aula, de outras escolas, que estudam a mesma disciplina ou que podem estar desenvolvendo o mesmo tema de trabalho, permitindo a troca de experiências, de informações. As comunicações acontecem sem limitações de distâncias, permitindo o trabalho cooperativo/colaborativo entre pares separados geograficamente.

d) Interações aluno x especialista
Uma forma de estar enriquecendo o aprendizado é fazer contatos com especialistas que tratam do assunto pesquisado. Pode-se solicitar materiais publicados, agendar palestras, marcar reuniões virtuais, dirimir dúvidas sendo um canal de comunicação muito importante que não deve ser descartado por professores.

e) Interações aluno x conteúdo
Através de orientações do professor, o aluno estará ciente da informação que deve estar pesquisando na rede. Não basta apenas acessar a informação e copiar, é necessário antes de tudo refletir sobre ela, verificar se está no contexto da pesquisa, se é relevante, analisar de forma crítica buscando-se desta forma a construção do conhecimento.
Além das possibilidades de interação, a Internet também disponibiliza recursos de publicação que podem tornar os trabalhos desenvolvidos acessíveis a colegas da mesma escola ou de uma outra, a professores, a amigos, aos pais, enfim a toda comunidade virtual, podendo gerar “uma grande motivação por parte dos alunos” (Moran, 2000). A divulgação dos trabalhos pode ser feita tanto na página da escola, valorizando e enriquecendo o trabalho pedagógico da instituição de ensino, como em outros sites que são gratuitos, ficando isso a critério dos alunos e professores. Observa-se que a publicação de trabalhos na Internet pode abrir um leque de possibilidades posteriores, pois ficando aberto a visitações virtuais, poderão ser comentados por um grande número de professores/alunos que podem trazer contribuições enriquecedoras ao trabalho. Ele pode se tornar referência para outros trabalhos bem como ser um elo de ligação/interação entre os autores e demais interessados no assunto. Portanto, ao ser divulgado um trabalho na Internet, o professor deve deixar clara para os alunos a responsabilidade das informações publicadas.
Apesar de todos esses benefícios, observa-se que a Internet não é a solução para os problemas educacionais do momento, não se pode esperar da rede a solução mágica para modificar a relação pedagógica, mas por outro lado ela disponibiliza uma enorme quantidade de informações aos alunos, proporciona a troca de experiências, tanto de quem está perto como distante geograficamente. Na colocação de Sanmya Feitosa Tajra, fica claro que, por meio dos recursos da Internet (WWW, chat, e-mail, listas e grupos de discussão, etc.), é possível obter vários ganhos pedagógicos, dentre eles:
- acessabilidade a fontes inesgotáveis de assuntos para pesquisas;
- páginas educacionais específicas para a pesquisa escolar;
- comunicação e interação com outras escolas;
- estímulo para pesquisar a partir de temas previamente definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos;
- desenvolvimento de uma nova forma de comunicação e socialização;
- estimulo à escrita e à leitura;
- estímulo à curiosidade;
- desenvolvimento da autonomia;
- permite o aprendizado individualizado;
- troca de experiências entre professor - professor, aluno - aluno, professor-aluno. (Tajra, 2000)

Alguns recursos da Internet e suas aplicações pedagógicas.
Para um melhor entendimento dos serviços da Internet e suas aplicações pedagógicas, procurou-se destacar alguns recursos:

1. Correio eletrônico (e-mail - Eletronic mail)

O e-mail é um serviço de troca de mensagens entre usuários da Internet. É o endereço para onde devem ser enviadas as mensagens.
O endereço de e-mail é formado por duas partes, separado por @. A primeira parte é o nome do usuário ou apelido e a segunda parte é o nome de domínio a que ele pertence. Por exemplo: acgava@zipmail.com.br. Neste exemplo, acgava é o apelido que o usuário escolheu para utilizar, no Brasil, o Zipmail; zipmail.com.br é o nome de domínio do zipmail.
Atualmente, ter uma conta de correio eletrônico é fácil, visto que vários provedores disponibilizam contas gratuitamente, tais como: zipmail, ig, bol, globo, uol, yahoo, hotmail, etc.
O acesso à caixa postal também é simples. Basta ter um computador conectado à rede (Internet) para que seja possível ler as mensagens que chegam, respondê-las e enviar novas mensagens. Esta é uma ferramenta muito utilizada por ser de fácil manuseio.
Eduardo T. Santos resume as principais características do serviço de e-mail assim:
- Correio eletrônico é o serviço mais usado na Internet;
- Permite troca de mensagens escritas e o envio de arquivos, em qualquer formato, anexados a mensagens;
- Cada usuário possui uma caixa postal eletrônica onde ficam armazenadas as mensagens que recebeu;
- É comum encontrar-se sistemas de EAD que implementam correio eletrônico interno de uso exclusivo no âmbito do sistema;
- É fácil de usar;
- É bastante confiável;
- É amplamente disponível a qualquer usuário da Internet;
- Os principais navegadores (browsers) possuem este serviço integrado, facilitando ainda mais seu uso e disponibilidade;
- Por ser uma forma de comunicação assíncrona, permite que as mensagens recebidas sejam analisadas com cuidado antes de serem respondidas, proporcionando um tipo de interação mais ponderada com o instrutor e com os demais alunos. (Santos, 1999)
Como recurso educacional, o e-mail pode facilitar a troca de informações, relativas a um tema, para a produção de um trabalho coletivo. Essa troca pode ocorrer entre alunos, professores, especialistas e escolas. Esse meio de comunicação “tem a seu favor a possibilidade da quebra do tempo real, permitindo a assincronicidade na aprendizagem e na participação de projetos educacionais” (Garcia, 1997). Outra possibilidade que pode ser obtida através do uso do e-mail está relacionada à quebra de barreiras entre especialistas e estudantes, pois, no desenvolvimento de um projeto, muitas vezes se faz necessário obter informações mais detalhadas de um especialista e adquirir essas informações através de encontros presenciais pode se tornar uma tarefa árdua, pois envolve questões de tempo e espaço.

2. Listas de Discussão
Uma lista de discussão é um banco de endereços de correio eletrônico, de pessoas interessadas em discutir algum assunto em particular. As listas de endereços podem ser criadas por qualquer pessoa e sobre qualquer tema. O usuário que compõe esta lista contribui com idéias e pensamentos diretamente para o grupo da lista e também recebe dela informações.
As listas de discussão servem para intercâmbio de idéias permitindo a interação entre alunos, professores e especialistas. Esta interação acontece através da troca de mensagens pelo correio eletrônico (e-mail). A lista funciona como um e-mail enviado para um servidor de lista que é automaticamente enviado a todos os assinantes da lista.
Pedagogicamente, pode-se criar diversas listas educacionais de diferentes assuntos e áreas de conhecimento.
Seguem algumas listas educacionais:
- listserv@nodak.edu - o listserv kidlink distribui informações oficiais sobre o projeto kidlink;
- listserv@lists.umass.edu - é um grupo de discussão para a rede educacional;
- learn-net-request@iastate.edu - é uma lista de discussão para novos usuários de internet.

3. Chat – Sala de Bate Papo
O chat é o encontro virtual em que pessoas podem compartilham suas idéias/experiências em tempo real (síncrono) através de mensagens escritas, tanto participando de discussões em grupo como conversando em modo privativo. Pedagogicamente, pode-se utilizar o chat de várias maneiras, dependendo de como o professor irá reverter seus benefícios para ações educativas.
Podemos citar como exemplo: na disciplina de geografia, os alunos podem estabelecer contato com alunos de outra região, estado, país e através desses encontros virtuais podem trocar informações sobre o clima, o relevo, a população, aspectos sociais, culturais, sendo que, através dessas trocas, podem aprender sobre as suas diferenças. Na disciplina de Inglês, pode-se manter contatos com alunos de outros países, fazendo com que os alunos exercitem esse idioma. Na disciplina de português, pode-se criar salas de bate papo virtuais, dentro da própria escola com turmas diferentes, onde os alunos irão produzir um trabalho em grupo incentivando o trabalho em equipe. Percebe-se que as formas de utilização são diversificadas, mas se deve ter claro que, para levar os alunos para o laboratório de informática para fazer uso desses recursos, faz-se necessário que as atividades sejam bem planejadas e mediadas pelos professores. Também é importante observar que esta não é “uma ferramenta perfeita e que não deve ser empregada como substituta das atividades presenciais. O contato humano tem benefícios incontestáveis que não podem ser reproduzidos em ambientes virtuais. Contudo, é igualmente importante enfatizar que o chat na Internet proporciona benefícios que podem ser difíceis, quando não impossíveis, de se alcançar em situações presenciais”. (Proinfo, 2000)

4. Telnet
O telnet é o aplicativo que permite navegar em qualquer lugar na Internet e efetuar logon em computadores remotos.
Pode-se utilizar o telnet para fins educacionais, conectando-se com algum hospedeiro na Internet, e utilizá-lo para procurar informações, fazer consultas, ou mesmo pesquisar diferentes assuntos como, por exemplo, uma biblioteca.

5. FTP (File Transfer Protocol)
File transfer Protocol ou Protocolo de Transferência de Arquivos na Internet é um aplicativo tradicional para transferir arquivos de um computador para outro.
Pode-se utilizá-lo para acessar shareware[3] ou freeware[4] (como softwares de aprendizagem ou arquivos de informações). Existem grandes bancos de dados que possuem enormes coleções de imagens, livros, artigos, vídeos, etc, para que professores e alunos possam consultar e copiar.

6. WWW - World Wide Web
A World Wide Web, também conhecida como www ou w3, é um sistema de menus, que foi desenvolvido para fornecer acesso fácil na Internet a diversas mídias. As páginas da Web podem exibir texto, imagens, som, vídeos e animações. Exibem textos sobre um assunto e também fornecem links para mais informações, utilizando uma tecnologia de computação denominada hipertexto[5].
Santos resume nos itens abaixo as principais características da World Wide Web (WWW):
- É o serviço que popularizou a Internet;
- Integra quase todos os serviços através de uma interface gráfica amigável que combina páginas com hipertextos (palavras ligadas a outras páginas) com multimídia (hipermídia);
- Permite a visualização de páginas contendo texto formatado, imagens, animações, vídeo e sons, além de programas interativos (Java, Javascript, Plug-ins);
- É um recurso assíncrono, porém, dependendo do serviço que é implementado sobre ele, pode ter características síncronas. (Santos, 1999)
A www também tem como característica a não linearidade dos documentos, em que se pode viajar para diversas partes de uma página hipermídia[6] e explorar esses arquivos da forma que se desejar, ou seja, em seu próprio ritmo e navegando em qualquer direção que se escolha.
O uso educacional da www tem sido maior por parte de alunos e professores. Cada vez mais as escolas estão ingressando neste mundo, possibilitando que alunos e professores possam pesquisar e publicar seus trabalhos.

7. Newsgroups
Newsgroups abrangem uma enorme variedade de temas. A real diferença entre as listas de discussão e os newsgroups está na maneira em que a informação é acessada e recebida. São utilizados programas próprios, diferentes do correio eletrônico para o acesso. As mensagens são enviadas centralmente e o usuário pode acessar postagens recentes utilizando um programa de newsreader ("leitor de notícias").
Os newsgroups são divididos em "categorias" e "conteúdo": um dos mais importantes para a educação é o de categoria K12 e conteúdo ligado à educação.

8. Teleconferência
A teleconferência, no Brasil, é o termo que designa a transmissão ao vivo de programas, que a Embratel define como “modalidade de geração onde ocorre todo um trabalho de produção do programa, sendo transmitido aos pontos de recepção no momento do evento” (Embratel, 1997). O evento pode ser uma aula ou conferência que é transmitida via satélite e a recepção ocorre através de antena parabólica conectada a um monitor de TV. A interação pode ser feita através de telefone, telefax e internet. É interessante a presença de um mediador e estrutura de atendimento para receber, processar e encaminhar as perguntas que vão chegando no decorrer do programa. É importante que o mediador e os palestrantes destaquem a importância da participação do público para que haja real envolvimento da audiência. Para Masetto, "o que caracteriza a teleconferência é a possibilidade de colocar um especialista em contato com telespectadores das mais diversas e longínquas regiões do planeta". (Masetto, 2001)

9. Videoconferência
É o que se poderia chamar de TV interativa, trabalha com compreensão de áudio e vídeo utilizando vários tipos de linhas de transmissão em tempo real para salas remotas que possuem o mesmo equipamento básico: uma câmera acoplada a um monitor de televisão, um computador, modem, microfone e teclado de comando.
A videoconferência é o que mais se aproxima da sala de aula tradicional, permitindo a interação entre alunos e professores em tempo real. É necessário que sejam estabelecidas regras antecipadamente, para que alunos não interrompam o professor ou algum colega desnecessariamente, mas deixando claro quando os alunos devem participar e que a atenção deve ser concentrada na aprendizagem e não na mídia em si.
Segundo Rosângela S. Rodrigues aponta, algumas das vantagens do uso da Videoconferência são:
- Melhora de produtividade;
- Minimiza custos com viagens e estadias;
- Não afasta funcionários/professores de seu local de trabalho;
- Assegura que os projetos conjuntos possam ser entregues dentro dos prazos previstos, devido à agilidade na tomada de decisões;
- É síncrona, há um melhor atendimento das necessidades e interesses, promove o timing certo dos treinamentos. (Rodrigues, 1998)
10. IRC - Internet Relay Chat
É a parte da conversação na Internet em que é possível partilhar informações e idéias com inúmeras pessoas, em tempo real, em qualquer lugar do mundo.
Existem inúmeras redes de servidores de IRC no mundo, tais como algumas grandes e famosas, a EFNet, DALNet e UNDERNet, enquanto no Brasil podemos citar a BrasIRC e a BRASNet.
Em um contexto escolar, pode ser utilizado para sustentar um projeto colaborativo de alunos, como uma maneira da classe se comunicar com um especialista convidado ou como uma maneira "divertida" de concluir uma troca de correio eletrônico.
O projeto Kidllink do Brasil tem aulas virtuais em um servidor público com orientações pedagógicas para professores e alunos. Outro exemplo para se conhecer é o servidor de IRC da Puc do Rio de Janeiro (/server irc.puc-rio.br).
Os professores podem promover encontros virtuais com seus alunos e especialistas, o que enriquecerá a conferência. Alunos também podem promover encontros com outros alunos ou com professores para o esclarecimento de dúvidas e pesquisa.
Concluindo, observa-se que as novas tecnologias apresentam um grande leque de possibilidades a serem testadas com o uso da Internet, vista como um espaço onde há relações, trocas e construções entre as pessoas, sendo que o que faz a diferença é a maneira como o professor e aluno irão utilizar essa tecnologia. Como nos coloca Agenor V. Oliveira:
[...] O uso da tecnologia deve ser visto pelo professor como um recurso, uma ferramenta que não promove o aprendizado por si só. Todo o trabalho deve estar embasado no referencial pedagógico que irá dar o suporte apropriado para o desenvolvimento do projeto educacional, sendo a tecnologia vista como mais um recurso mediador do processo. (Oliveira, 2001)

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando J. de; FONSECA, Fernando M. J. Aprendendo com Projetos. Coleção: Informática para a mudança na Educação - MEC/ SEED/ ProInfo, 1999.
BEHRENS, Marilda Aparecida. “Projetos de Aprendizagem Colaborativa num Paradigma Emergente”. In: BEHRENS, Marilda A., MASETTO, Marcos T., MORAN, José M. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2º ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
BRAGA, Clarissa B. de Pinho. Internet e Educação: O caso do projeto nas escolas no Colégio Alexandre Leal Costa. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1999.
EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES. Serviço TV Executiva - descrição de serviço. Brasília, Embratel, 1997.
ESCOLA DO FUTURO. A forma de se tornar um usuário cidadão da Internet.1997. Disponível em
GARCIA, Paulo S. Redes Eletrônicas no ensino de ciências: Avaliação Pedagógica do "Projeto Ecologia" em São Caetano do Sul. Dissertação de Mestrado. São Paulo : Universidade Mackenzie, 1997.
LÉVY, Pierre. O que é Virtual ? Tradução Paulo Neves, São Paulo:Ed 34, 1996.
--------. Cibercultura. 1º Ed. São Paulo: Ed 34, 1999.
-------. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
MASETTO, Marcos T. “Mediação Pedagógica e o uso da tecnologia”. In: BEHRENS, Marilda A., MASETTO, Marcos T., MORAN, José M. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2º ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
MORAN José Manuel. “Ensino e Aprendizagem Inovadores com Tecnologias Audiovisuais e Telemática”. In: BEHRENS, Marilda A.; MASETTO, Marcos T., MORAN José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
--------. Como utilizar a Internet na Educação. Revista Ciência da Informação, vol 26, nº 2, p. 146-153, maio-agosto, 1997.
--------. Mudar a forma de ensinar e aprender com tecnologias. 09/2000, Disponível em: .
--------. Desafios da Internet para o professor. 10/2000, Disponível em: .
--------. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia. 09/2000, Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov.htm.
OLIVEIRA, Agenor Virgínio. Construção de Ambientes Virtuais de Aprendizagem Baseados na Internet – Utilizando Recursos Gratuitos. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.
PROINFO. Uso Pedagógico do Web-Based Chat – Uma atividade Piloto para explorar o potencial Web-Based Chat. Programa Nacional de Informática na Educação, Secretaria de Educação a Distãncia, Ministério da Educação, Brasília, 2000.
RODRIGUES, Rosângela S. Modelo de Avaliação para cursos no ensino à distância: estrutura, aplicação e avaliação. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.
SANTOS, Eduardo Toledo. Educação à Distância. Conceitos, Tecnologias, Constatações, Presunções e Recomendações. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo: EPUSP, 1999.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 2º ed., São Paulo: Érica, 2000.


* Graduação em Ciência da Computação, Mestre em Educação pela Universidade Mackenzie.
[1] Sistemas de busca – são páginas destinadas a realização de pesquisas na web.
[2] Links são palavras ou ilustrações pré-estabelecidas como pontos de saltos. Quando clicadas, provocam a transferência para outro assunto ou página Web.

[3] Shareware - Programas de computador que, embora protegidos por copyright, podem ser testados e experimentados integralmente antes da aquisição durante um período de tempo.
[4] Freeware - Programas protegidos por copyright, mas cujos proprietários os colocam à disposição do público para uso gratuito.
[5] Hipertexto - O acesso não seqüencial ao texto de um documento. O leitor tem a liberdade de percorrer caminhos associativos ao longo do documento, seguindo relações predefinidas ou criadas por ele próprio.
[6] Hipermídia - Uma aplicação de instrução auxiliada por computador, que seja capaz de associar gráficos, som, vídeo e síntese de voz a recursos e técnicas de hipertexto.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O PAPEL DO EDUCADOR MEDIANTE AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMINICAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

Antonio Carlos Gava*
O educador, como diversos outros profissionais, também pode se beneficiar com o uso da tecnologia, pois através de diversas fontes de informação, que podem ser encontradas na Internet, pode-se promover a construção do conhecimento, e não mais o professor deve ter a responsabilidade de ser o único que detém e controla o saber. O professor também se defrontará com novos instrumentos que poderão apoiar seu trabalho de preparar e ministrar suas aulas, assim como a sua maneira de se comunicar com outros professores, alunos e com a comunidade.Mas, assim como as tecnologias podem trazer interessantes e novas possibilidades à sala de aula, podem trazer também incertezas e desafios, para o processo de ensino-aprendizagem. Portanto vai ficar evidente quais professores estão se atualizando, e quais não. Desta forma, para adaptar as novas tecnologias à sala de aula os professores precisam de preparação adequada para lidar com os recursos, para utilizarem o máximo das suas potencialidades e para enfrentarem as questões apontadas a partir deste novo contexto. Pois é importante o professor “conhecer as especificidades de cada um dos recursos para orientar-se na criação de ambientes que possam enriquecer o processo de aprendizagem do aluno”.(Prado, 2002)O papel do professor vem sofrendo mudanças e ao mesmo tempo estão sendo agregadas novas exigências à sua função, como empenho e dedicação para ultrapassar obstáculos técnicos e para assimilar uma série de informações (Word, excel, html, ftp, www, e-mail, etc).Segundo Andréa C. Ramal espera-se um novo perfil de educador, esta destaca três características: a) profissionais atualizados, contextualizados no debate sobre o pós-modernismo e suas implicações para a educação; b) usuários críticos da tecnologia, capazes de associar o computador as proposta ativas de aprendizagem e c) atentos aos desafios político-sociais que estão envolvidos no contexto pedagógico de hoje. (Ramal, 1996)A mudança de papel nem sempre é fácil ao professor, pois acostumado a oferecer um conteúdo por ele dominado, poderá demonstrar uma certa insegurança para operar o computador, diante de uma língua estrangeira ou de uma nova informação na rede.Diante das novas tecnologias, o professor também é aluno, tornando-se necessário que ele aprenda a utilizá-la para que possa fazer uso com seus alunos. Na realidade, nota-se que o professor deve “aprender a aprender” (Behrens,2001) junto de seus alunos, passando a ser mais um elemento da equipe de ensino-aprendizagem lado a lado com seus alunos, abdicando de uma certa autoridade para melhorar a relação de professor-aluno. Para Moran:A Internet será ótima para professores inquietos, atentos a novidades, que desejam atualizar-se, comunicar-se mais. Mas ela será um tormento para o professor que se acostumou a dar aula sempre da mesma forma, que fala o tempo todo na aula, que impõe um único tipo de avaliação. (Moran, 2000)O professor despreparado para lidar com esses meios, as atividades terão pouca validade pedagógica. A utilização da informática e da Internet na escola pode correr o risco de fechar em si mesma, isto é, no uso do computador pelo computador. Mas, quando o professor torna-se competente no uso dos recursos das novas tecnologias, “ele pode contribuir na formação global do aluno que já possui um certo conhecimento nesta área. Pode-se dizer, então, de uma aprendizagem multidirecional em que o professor ensina o aluno e vice-versa". (Garcia,1997)Então, fica claro que num trabalho que irá fazer o uso dos recursos tecnológicos, o papel do professor de detentor do saber deverá ceder lugar ao de um orientador, coordenador e o incentivador da aprendizagem do aluno. Sua tarefa será a de estimular os alunos na busca pelo conhecimento e a realizar suas próprias descobertas, ensinado-os a coletar informações que estão disponíveis, mas de forma seletiva, tratando-as de forma crítica. Ele deverá agir como um atento observador que intervém, que lança novos desafios para quebrar o equilíbrio onde os interesses e necessidades dos educandos precisam ser valorizados e, assim poderá contribuir com a construção de novos conhecimentos. Para Valente "o professor deverá realizar o papel de mediador entre o aluno e sua aprendizagem [...]”. (Valente,1999)O papel de mediador exercido pelos professores pode trazer importantes ganhos para o aluno, que poderá passar a ir à busca das informações para a concretização do seu trabalho, ao invés de esperar por elas. Ou seja, com a orientação do professor, o aluno poderá definir a sua linha de ação, bem como fazer as pesquisas e consultas necessárias até a conclusão da atividade solicitada ou sugerida por ele mesmo. Nas palavras de Almeida:a atuação do professor não se limita a fornecer informações ao aluno [...]. Cabe ao professor assumir a mediação das interações professor-aluno-computador de modo que o aluno possa construir o seu conhecimento em um ambiente desafiador, onde o computador auxilia o professor a promover o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, da criticidade e da auto-estima do aluno. (Almeida, 1997)Além de desempenhar todas essas funções acima citadas, nota-se que o professor precisa estar sempre despertando a curiosidade dos alunos. Ele deve passar a ser o estimulador das curiosidades, que orienta os alunos na navegação de diversos sites, aquele que ajuda transformar a grande quantidade de informações acessíveis na Internet em objetos que geram conhecimento. Como nos coloca Moran:O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. (Moran, 2001)A curiosidade pode ser a mola impulsionadora da aprendizagem, que não tem limites de tempo e espaço com o uso das redes de computadores. Mas nota-se que para que esse professor estimule a curiosidade dos alunos precisa, ele também deve ser curioso, que nunca para de descobrir e de aprender continuamente. Como nos coloca Dimenstein:O bom educador é um administrador de curiosidades, disposto a criar um aprendiz permanente. Diante da abundância de dados acessível via banco de dados eletrônicos, o bom professor é aquele que guia as curiosidades, transformando-se num facilitador, auxiliando a reflexão para que o aluno não se perca na floresta de informações. Ele deixa de ser o único provedor de informação, auxiliado por alguns livros, para ser o administrador da curiosidade da criança ou do jovem. (Dimenstein, 2001)Diante desses novos desafios, que tipo de conhecimento e experiência é preciso ter para lidar com as possibilidades abertas pela rede? Abaixo Maria L. Beloni enumera alguns requisitos para o professor que pretende, ou que precisa se lançar na rede:- Ter domínio do meio e conhecer suas possibilidades - para explorar as estratégias mais apropriadas de ensino-aprendizagem e tornar-se apto a aplicá-las, é preciso obter colaboração e formar grupos de trabalho capazes de navegar na rede, localizando fontes úteis ao processo, e conhecer os mecanismos e serviços básicos da rede;- Conhecer, explorar e otimizar os recursos que a rede oferece - usar a rede é relativamente simples; usá-la para finalidades educacionais pode não ser tão simples. Usar a rede de maneira proveitosa não significa só estar familiarizado com os serviços básicos. Mas saber empregá-los. Isso envolve colaboração e formação de grupos capacitados para o trabalho na rede;- Ter consciência da intermediação do computador - é essencial que as pessoas saibam os prós e contras da comunicação intermediada pelo computador e da dinâmica usada em um grupo de estudos ou fórum de debates, pois para se chegar a um bom resultado é vital saber lidar com o intercâmbio que se dá entre as partes envolvidas no processo;- Sem medo de usar - antes de nos juntarmos à numerosa família de usuários da rede, devemos, obviamente, saber operar os serviços e mecanismos básicos da rede de computadores. Não é preciso, é claro, ser um expert no assunto, basta ser um usuário normal, com conhecimentos básicos suficientes para utilizar os serviços mais comuns, como o e-mail, por exemplo;- Navegar é preciso, saber voltar também - para podermos explorar as informações disponíveis na rede, é necessário conhecermos os mecanismos de acesso à informação como programas que permitem ao computador conectar e interagir com as numerosas fontes de informação e as estratégias de pesquisa, além de sermos capazes de recuperar essas informações;- Compartilhar é conceito-chave - para fornecer informação, é preciso saber lidar com arquivos no computador e ter conhecimentos básicos de publicação online, ou seja, saber operar os mecanismos e métodos para conduzir, organizar e lidar com publicações da rede na forma de hipertextos de fácil navegação. Se o material tiver uma estruturação precária ou for difícil de encontrar, o esforço para produzi-lo pode virar perda de tempo. Não bastam boas máquinas e softwares sofisticados. Tanto quanto ter domínio dos instrumentos, é indispensável conhecer os critérios básicos para a criação de paginas com estruturas de hipertexto;- Cooperação e coordenação - na troca de informações, o mais importante é a capacidade de organizar e interagir com o material na rede. Organização e a orientação do trabalho coletivo na rede envolvem o controle da tecnologia e a colaboração na dinâmica de comunicação indireta que se dá através de interação e troca de pontos de vista. Essa dinâmica exige a participação de coordenadores para mediar os debates e atividades do grupo. Quando a cooperação traduz a própria estratégia de aprendizagem, como nos grupos de estudo, o mediador deve seguir as etapas apropriadas para facilitar a interação entre os alunos e esforçar-se para que isso aconteça. (Beloni, 1999)Além de saber lidar com as possibilidades da rede, o professor precisa estar atento, refletir e intervir para que a interação entre os alunos contribua com a produção intelectual, estimule a curiosidade e os leve a ultrapassar seu estágio atual de conhecimento.As novas tecnologias apresentam um grande leque de possibilidades a serem testadas com o uso da Internet, vista como um espaço onde há relações, trocas e construções entre as pessoas, sendo que o que faz a diferença é a maneira como o professor e aluno irão utilizar essa tecnologia. Como confirma Agenor V. Oliveira:[...] O uso da tecnologia deve ser visto pelo professor como um recurso, uma ferramenta que não promove o aprendizado por si só. Todo o trabalho deve estar embasado no referencial pedagógico que irá dar o suporte apropriado para o desenvolvimento do projeto educacional, sendo a tecnologia vista como mais um recurso mediador do processo. (Oliveira, 2001)REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALMEIDA, Maria Elizabeth B. O computador na Escola: Contextualizando a Formação de Professores. Tese de Doutorado. São Paulo: PUC-SP, 2000.BEHRENS, Marilda Aparecida. “Projetos de Aprendizagem Colaborativa num Paradigma Emergente”. In: MASSETO, Marcos T., MORAN, José M. Moran. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2º ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.BELONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas: Autores associados, 1999.DIMENSTEIN, G. Educar é Ensinar o Encanto da Possibilidade. 2001. Disponível em http://www.aprendiz.org.brGARCIA, Paulo S. Redes Eletrônicas no ensino de ciências: Avaliação Pedagógica do "Projeto Ecologia" em São Caetano do Sul. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade Mackenzie, 1997MASETTO, Marcos T. “Mediação Pedagógica e o uso da tecnologia”. In: MORAN, José M., BEHRENS, Marilda A. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2º ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.MORAN José Manuel. “Ensino e Aprendizagem Inovadores com Tecnologias Audiovisuais e Telemática”. In: BEHRENS, Marilda A.; MASETTO, Marcos T. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.OLIVEIRA, Agenor Virgínio. Construção de Ambientes Virtuais de Aprendizagem Baseados na Internet – Utilizando Recursos Gratuitos. Dissertação de Mestrado. Florianópolis : Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.RAMAL, Andréa Cecília. Internet e Educação. 2001. Disponível em: http://www.instructionaldesign.com.br. Publicado na Revista Guia Internet.Br, Ediouro, n.º4, 1996b.VALENTE, J. A. (coord.). Pedagogia de Projetos. Núcleo de Informática Aplicada à Educação-NIED/UNICAMP. Campinas, 1999.* Graduação em Ciência da Computação, Mestre em Educação pela Universidade Mackenzie.