Antonio Carlos Gava
*O QUE É INTERNET?
O nome Internet vem de internetworking (ligação entre redes) (Lévy, 1999). É considerada a rede das redes. Ela significa muitas redes de comunicação diferentes, que são dirigidas e operadas por uma grande quantidade de organizações, que estão ligadas e interconectadas coletivamente para formar a Internet. Ela pode permitir a comunicação, compartilhamento de recursos e dados com pessoas ao redor do mundo. A internet é uma rede de computadores que interliga milhões de usuários em todo o mundo. Não é uma rede de computadores única, mas um grupo de redes hierarquizadas.
Para que serve esse vastíssimo espaço virtual? Em uma visão mais ampla, no tocante ao emprego da rede por todas as pessoas, a Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo, identificou os seguintes potenciais:
- Trocar informações mundialmente, de forma rápida e conveniente;
- Acessar especialistas em milhares de áreas do conhecimento;
- Obter atualizações constantes sobre tópicos de interesse;
- Formar equipes para trabalhar em conjunto, independente da distância geográfica;
- Transferir dados e arquivos entre máquinas localizadas em qualquer lugar do mundo conectado à rede. (Escola do Futuro,1997)
No campo educacional, de acordo com tais formas gerais de uso, os estudos da Universidade de São Paulo - Escola do Futuro sugerem que a Internet pode ser empregada com os seguintes propósitos:
- Troca de mensagens eletrônicas (e-mail) entre todas as partes do mundo; os estudantes podem compartilhar e obter informações sobre seus trabalhos e projetos com outros estudantes, pesquisadores, especialistas, localizados em diversos países;
- Participação em discussões entre membros da comunidade Internet sobre inúmeros tópicos, através de grupos de discussão, os usuários colocam questões para outras pessoas que compartilham do mesmo interesse;
- Acesso a arquivo de dados, incluindo som, imagem e textos e de mecanismo de busca na rede de uma determinada informação;
- Consulta a uma vasta biblioteca virtual de alcance mundial. (Escola do Futuro, 1997)
Para a comunidade científica ou de pesquisa, podemos dizer que a Internet é uma mídia indispensável. Através dela, tem-se acesso aos mais avançados recursos de pesquisa do Mundo. Dessa forma, pode-se discutir pesquisas com outros colegas que trabalham com as mesmas preocupações procurando alcançar resultados iguais. Por exemplo: “um instituto de pesquisa pode acoplar câmeras em um de seus laboratórios para exibir o andamento de certa montagem experimental. Pode, ainda, publicar na rede todas as conclusões a que seus pesquisadores estão chegando [...]”. (Almeida & Fonseca, 1999)
Internet na Escola
As formas de utilização da Internet e de seus recursos, na escola, são diversas; como exemplo, pode-se citar a sua utilização em pesquisas no desenvolvimento de projetos, visitas virtuais a cidades históricas e museus, desenvolvimento de projetos cooperativos/colaborativos, criação de ambientes de aprendizagem tanto presenciais como virtuais e publicação de trabalhos.
As pesquisas na Internet são facilitadas por vários “softwares” de busca, mas o professor deve estar atento ao fato do aluno não saber como utilizar esses recursos, podendo encontrar uma enorme quantidade de informações e assim, acarretando perda de tempo para sua seleção. Para economizar tempo e encontrar assuntos relevantes à pesquisa, torna-se indispensável que tanto o aluno quanto o professor tenham conhecimento dos sistemas de buscas
[1], delimitem bem o assunto tendo um conhecimento inicial do que se procura, além de fazer uso de mais de um site de busca. Os programas de busca facilitam em muito o trabalho de pesquisa, como confirma Moran: “A Internet está trazendo inúmeras possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala de aula. A facilidade de digitando duas ou três palavras nos serviços de busca, encontrar múltiplas respostas para qualquer tema, é uma facilidade deslumbrante, impossível de ser imaginada há bem pouco tempo” (Moran, 1997). Pode-se encontrar vários assuntos, agilizado pelas facilidades dos programas de busca, mas se deve ter claro que o importante não é a quantidade e sim a qualidade das informações coletadas.
Os conteúdos encontrados podem ser apresentados em forma de texto, imagens, vídeos, animações, hipertexto, etc., tornando-se atraentes e interessantes para os alunos. Deve-se, orientar os alunos quanto à avaliação da qualidade e do valor da informação acessada, pois na rede existe a boa e a má informação e “nem tudo que se apresenta na Internet tem uma qualidade apurada, mas a grande maioria das páginas (home pages) e dos links
[2] possui informações relevantes e significativas” (Behrens, 2001), como acontece com o rádio, a televisão, a imprensa e demais meios de comunicação. Observa-se que o acompanhamento dos pais e professores torna-se indispensável quanto aos conteúdos acessados pelos alunos.
Na Internet, as informações são provenientes de diferentes culturas, em diferentes línguas, indicadoras de diferentes visões de mundo e de significações diversas, pois a origem da informação é global independentemente do local de acesso. Através das interações via rede, é permitido obter mais detalhes sobre essas informações, fazer contatos com os autores, dar sugestões, questionar, sendo possível vir a se tornar um colaborador no desenvolvimento de um trabalho.
Observa-se que a Internet não deve ser usada somente como instrumento de pesquisa pedagógica, mas também como meio de comunicação e de troca de experiências entre alunos de escolas, cidades, estados e até países diferentes. Essa possibilidade de interagir com outros alunos, escolas, comunidade escolar e outras entidades, favorece as trocas de experiências e encurtamento de distâncias podendo promover as relações entre pessoas e instituições. Para Clarissa B. P. Braga:
A Internet pode trazer experiências enriquecedoras a nível de aprendizado, de troca de conhecimentos, de construção coletiva do hipertexto, proporcionados pela interatividade de alunos e professores de diversas instituições de ensino de diferentes partes do globo, de maneira instantânea. (Braga, 1999)
As interações facilitadas pela Internet podem acontecer da seguinte forma:
a) Interações aluno x aluno
As interações podem vir a incentivar o trabalho em grupo e o aprendizado em pares. Cada aluno pode dar a sua contribuição, uma vez que a experiência de vida de cada um é diferente do outro; essa troca de experiências favorece a resolução de problemas.
b) Interações aluno x professor
Nesse momento, a postura de mediador do professor é de vital importância. O professor, através das interações via rede, pode propor temas para os alunos pesquisarem, orientar a pesquisa, disponibilizar conteúdos, incentivar o trabalho em grupo, acompanhar a comunicação da turma, dirimir as dúvidas que são enviadas por e-mail. Observa-se que se faz necessário que o professor disponibilize um tempo para responder as dúvidas dos alunos, pois os mesmos aguardam um retorno para que possam prosseguir seus trabalhos. Se o professor demorar em responder, provavelmente haverá uma desmotivação por parte dos alunos, como nos coloca Masetto: “A disponibilidade do professor para responder aos e-mails é fundamental, pois, se à mensagem do aluno não se seguir imediatamente outra do professor, o processo se interrompe e o aluno se sente desmotivado para continuar o diálogo”. (Masetto, 2001)
c) Interações aluno x colega
A Internet propicia a comunicação com colegas de outras salas de aula, de outras escolas, que estudam a mesma disciplina ou que podem estar desenvolvendo o mesmo tema de trabalho, permitindo a troca de experiências, de informações. As comunicações acontecem sem limitações de distâncias, permitindo o trabalho cooperativo/colaborativo entre pares separados geograficamente.
d) Interações aluno x especialista
Uma forma de estar enriquecendo o aprendizado é fazer contatos com especialistas que tratam do assunto pesquisado. Pode-se solicitar materiais publicados, agendar palestras, marcar reuniões virtuais, dirimir dúvidas sendo um canal de comunicação muito importante que não deve ser descartado por professores.
e) Interações aluno x conteúdo
Através de orientações do professor, o aluno estará ciente da informação que deve estar pesquisando na rede. Não basta apenas acessar a informação e copiar, é necessário antes de tudo refletir sobre ela, verificar se está no contexto da pesquisa, se é relevante, analisar de forma crítica buscando-se desta forma a construção do conhecimento.
Além das possibilidades de interação, a Internet também disponibiliza recursos de publicação que podem tornar os trabalhos desenvolvidos acessíveis a colegas da mesma escola ou de uma outra, a professores, a amigos, aos pais, enfim a toda comunidade virtual, podendo gerar “uma grande motivação por parte dos alunos” (Moran, 2000). A divulgação dos trabalhos pode ser feita tanto na página da escola, valorizando e enriquecendo o trabalho pedagógico da instituição de ensino, como em outros sites que são gratuitos, ficando isso a critério dos alunos e professores. Observa-se que a publicação de trabalhos na Internet pode abrir um leque de possibilidades posteriores, pois ficando aberto a visitações virtuais, poderão ser comentados por um grande número de professores/alunos que podem trazer contribuições enriquecedoras ao trabalho. Ele pode se tornar referência para outros trabalhos bem como ser um elo de ligação/interação entre os autores e demais interessados no assunto. Portanto, ao ser divulgado um trabalho na Internet, o professor deve deixar clara para os alunos a responsabilidade das informações publicadas.
Apesar de todos esses benefícios, observa-se que a Internet não é a solução para os problemas educacionais do momento, não se pode esperar da rede a solução mágica para modificar a relação pedagógica, mas por outro lado ela disponibiliza uma enorme quantidade de informações aos alunos, proporciona a troca de experiências, tanto de quem está perto como distante geograficamente. Na colocação de Sanmya Feitosa Tajra, fica claro que, por meio dos recursos da Internet (WWW, chat, e-mail, listas e grupos de discussão, etc.), é possível obter vários ganhos pedagógicos, dentre eles:
- acessabilidade a fontes inesgotáveis de assuntos para pesquisas;
- páginas educacionais específicas para a pesquisa escolar;
- comunicação e interação com outras escolas;
- estímulo para pesquisar a partir de temas previamente definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos;
- desenvolvimento de uma nova forma de comunicação e socialização;
- estimulo à escrita e à leitura;
- estímulo à curiosidade;
- desenvolvimento da autonomia;
- permite o aprendizado individualizado;
- troca de experiências entre professor - professor, aluno - aluno, professor-aluno. (Tajra, 2000)
Alguns recursos da Internet e suas aplicações pedagógicas.
Para um melhor entendimento dos serviços da Internet e suas aplicações pedagógicas, procurou-se destacar alguns recursos:
1. Correio eletrônico (e-mail - Eletronic mail)
O e-mail é um serviço de troca de mensagens entre usuários da Internet. É o endereço para onde devem ser enviadas as mensagens.
O endereço de e-mail é formado por duas partes, separado por @. A primeira parte é o nome do usuário ou apelido e a segunda parte é o nome de domínio a que ele pertence. Por exemplo: acgava@zipmail.com.br. Neste exemplo, acgava é o apelido que o usuário escolheu para utilizar, no Brasil, o Zipmail; zipmail.com.br é o nome de domínio do zipmail.
Atualmente, ter uma conta de correio eletrônico é fácil, visto que vários provedores disponibilizam contas gratuitamente, tais como: zipmail, ig, bol, globo, uol, yahoo, hotmail, etc.
O acesso à caixa postal também é simples. Basta ter um computador conectado à rede (Internet) para que seja possível ler as mensagens que chegam, respondê-las e enviar novas mensagens. Esta é uma ferramenta muito utilizada por ser de fácil manuseio.
Eduardo T. Santos resume as principais características do serviço de e-mail assim:
- Correio eletrônico é o serviço mais usado na Internet;
- Permite troca de mensagens escritas e o envio de arquivos, em qualquer formato, anexados a mensagens;
- Cada usuário possui uma caixa postal eletrônica onde ficam armazenadas as mensagens que recebeu;
- É comum encontrar-se sistemas de EAD que implementam correio eletrônico interno de uso exclusivo no âmbito do sistema;
- É fácil de usar;
- É bastante confiável;
- É amplamente disponível a qualquer usuário da Internet;
- Os principais navegadores (browsers) possuem este serviço integrado, facilitando ainda mais seu uso e disponibilidade;
- Por ser uma forma de comunicação assíncrona, permite que as mensagens recebidas sejam analisadas com cuidado antes de serem respondidas, proporcionando um tipo de interação mais ponderada com o instrutor e com os demais alunos. (Santos, 1999)
Como recurso educacional, o e-mail pode facilitar a troca de informações, relativas a um tema, para a produção de um trabalho coletivo. Essa troca pode ocorrer entre alunos, professores, especialistas e escolas. Esse meio de comunicação “tem a seu favor a possibilidade da quebra do tempo real, permitindo a assincronicidade na aprendizagem e na participação de projetos educacionais” (Garcia, 1997). Outra possibilidade que pode ser obtida através do uso do e-mail está relacionada à quebra de barreiras entre especialistas e estudantes, pois, no desenvolvimento de um projeto, muitas vezes se faz necessário obter informações mais detalhadas de um especialista e adquirir essas informações através de encontros presenciais pode se tornar uma tarefa árdua, pois envolve questões de tempo e espaço.
2. Listas de Discussão
Uma lista de discussão é um banco de endereços de correio eletrônico, de pessoas interessadas em discutir algum assunto em particular. As listas de endereços podem ser criadas por qualquer pessoa e sobre qualquer tema. O usuário que compõe esta lista contribui com idéias e pensamentos diretamente para o grupo da lista e também recebe dela informações.
As listas de discussão servem para intercâmbio de idéias permitindo a interação entre alunos, professores e especialistas. Esta interação acontece através da troca de mensagens pelo correio eletrônico (e-mail). A lista funciona como um e-mail enviado para um servidor de lista que é automaticamente enviado a todos os assinantes da lista.
Pedagogicamente, pode-se criar diversas listas educacionais de diferentes assuntos e áreas de conhecimento.
Seguem algumas listas educacionais:
- listserv@nodak.edu - o listserv kidlink distribui informações oficiais sobre o projeto kidlink;
-
listserv@lists.umass.edu - é um grupo de discussão para a rede educacional;
-
learn-net-request@iastate.edu - é uma lista de discussão para novos usuários de internet.
3. Chat – Sala de Bate Papo
O chat é o encontro virtual em que pessoas podem compartilham suas idéias/experiências em tempo real (síncrono) através de mensagens escritas, tanto participando de discussões em grupo como conversando em modo privativo. Pedagogicamente, pode-se utilizar o chat de várias maneiras, dependendo de como o professor irá reverter seus benefícios para ações educativas.
Podemos citar como exemplo: na disciplina de geografia, os alunos podem estabelecer contato com alunos de outra região, estado, país e através desses encontros virtuais podem trocar informações sobre o clima, o relevo, a população, aspectos sociais, culturais, sendo que, através dessas trocas, podem aprender sobre as suas diferenças. Na disciplina de Inglês, pode-se manter contatos com alunos de outros países, fazendo com que os alunos exercitem esse idioma. Na disciplina de português, pode-se criar salas de bate papo virtuais, dentro da própria escola com turmas diferentes, onde os alunos irão produzir um trabalho em grupo incentivando o trabalho em equipe. Percebe-se que as formas de utilização são diversificadas, mas se deve ter claro que, para levar os alunos para o laboratório de informática para fazer uso desses recursos, faz-se necessário que as atividades sejam bem planejadas e mediadas pelos professores. Também é importante observar que esta não é “uma ferramenta perfeita e que não deve ser empregada como substituta das atividades presenciais. O contato humano tem benefícios incontestáveis que não podem ser reproduzidos em ambientes virtuais. Contudo, é igualmente importante enfatizar que o chat na Internet proporciona benefícios que podem ser difíceis, quando não impossíveis, de se alcançar em situações presenciais”. (Proinfo, 2000)
4. Telnet
O telnet é o aplicativo que permite navegar em qualquer lugar na Internet e efetuar logon em computadores remotos.
Pode-se utilizar o telnet para fins educacionais, conectando-se com algum hospedeiro na Internet, e utilizá-lo para procurar informações, fazer consultas, ou mesmo pesquisar diferentes assuntos como, por exemplo, uma biblioteca.
5. FTP (File Transfer Protocol)
File transfer Protocol ou Protocolo de Transferência de Arquivos na Internet é um aplicativo tradicional para transferir arquivos de um computador para outro.
Pode-se utilizá-lo para acessar shareware
[3] ou freeware
[4] (como softwares de aprendizagem ou arquivos de informações). Existem grandes bancos de dados que possuem enormes coleções de imagens, livros, artigos, vídeos, etc, para que professores e alunos possam consultar e copiar.
6. WWW - World Wide Web
A World Wide Web, também conhecida como www ou w3, é um sistema de menus, que foi desenvolvido para fornecer acesso fácil na Internet a diversas mídias. As páginas da Web podem exibir texto, imagens, som, vídeos e animações. Exibem textos sobre um assunto e também fornecem links para mais informações, utilizando uma tecnologia de computação denominada hipertexto
[5].
Santos resume nos itens abaixo as principais características da World Wide Web (WWW):
- É o serviço que popularizou a Internet;
- Integra quase todos os serviços através de uma interface gráfica amigável que combina páginas com hipertextos (palavras ligadas a outras páginas) com multimídia (hipermídia);
- Permite a visualização de páginas contendo texto formatado, imagens, animações, vídeo e sons, além de programas interativos (Java, Javascript, Plug-ins);
- É um recurso assíncrono, porém, dependendo do serviço que é implementado sobre ele, pode ter características síncronas. (Santos, 1999)
A www também tem como característica a não linearidade dos documentos, em que se pode viajar para diversas partes de uma página hipermídia
[6] e explorar esses arquivos da forma que se desejar, ou seja, em seu próprio ritmo e navegando em qualquer direção que se escolha.
O uso educacional da www tem sido maior por parte de alunos e professores. Cada vez mais as escolas estão ingressando neste mundo, possibilitando que alunos e professores possam pesquisar e publicar seus trabalhos.
7. Newsgroups
Newsgroups abrangem uma enorme variedade de temas. A real diferença entre as listas de discussão e os newsgroups está na maneira em que a informação é acessada e recebida. São utilizados programas próprios, diferentes do correio eletrônico para o acesso. As mensagens são enviadas centralmente e o usuário pode acessar postagens recentes utilizando um programa de newsreader ("leitor de notícias").
Os newsgroups são divididos em "categorias" e "conteúdo": um dos mais importantes para a educação é o de categoria K12 e conteúdo ligado à educação.
8. Teleconferência
A teleconferência, no Brasil, é o termo que designa a transmissão ao vivo de programas, que a Embratel define como “modalidade de geração onde ocorre todo um trabalho de produção do programa, sendo transmitido aos pontos de recepção no momento do evento” (Embratel, 1997). O evento pode ser uma aula ou conferência que é transmitida via satélite e a recepção ocorre através de antena parabólica conectada a um monitor de TV. A interação pode ser feita através de telefone, telefax e internet. É interessante a presença de um mediador e estrutura de atendimento para receber, processar e encaminhar as perguntas que vão chegando no decorrer do programa. É importante que o mediador e os palestrantes destaquem a importância da participação do público para que haja real envolvimento da audiência. Para Masetto, "o que caracteriza a teleconferência é a possibilidade de colocar um especialista em contato com telespectadores das mais diversas e longínquas regiões do planeta". (Masetto, 2001)
9. Videoconferência
É o que se poderia chamar de TV interativa, trabalha com compreensão de áudio e vídeo utilizando vários tipos de linhas de transmissão em tempo real para salas remotas que possuem o mesmo equipamento básico: uma câmera acoplada a um monitor de televisão, um computador, modem, microfone e teclado de comando.
A videoconferência é o que mais se aproxima da sala de aula tradicional, permitindo a interação entre alunos e professores em tempo real. É necessário que sejam estabelecidas regras antecipadamente, para que alunos não interrompam o professor ou algum colega desnecessariamente, mas deixando claro quando os alunos devem participar e que a atenção deve ser concentrada na aprendizagem e não na mídia em si.
Segundo Rosângela S. Rodrigues aponta, algumas das vantagens do uso da Videoconferência são:
- Melhora de produtividade;
- Minimiza custos com viagens e estadias;
- Não afasta funcionários/professores de seu local de trabalho;
- Assegura que os projetos conjuntos possam ser entregues dentro dos prazos previstos, devido à agilidade na tomada de decisões;
- É síncrona, há um melhor atendimento das necessidades e interesses, promove o timing certo dos treinamentos. (Rodrigues, 1998)
10. IRC - Internet Relay Chat
É a parte da conversação na Internet em que é possível partilhar informações e idéias com inúmeras pessoas, em tempo real, em qualquer lugar do mundo.
Existem inúmeras redes de servidores de IRC no mundo, tais como algumas grandes e famosas, a EFNet, DALNet e UNDERNet, enquanto no Brasil podemos citar a BrasIRC e a BRASNet.
Em um contexto escolar, pode ser utilizado para sustentar um projeto colaborativo de alunos, como uma maneira da classe se comunicar com um especialista convidado ou como uma maneira "divertida" de concluir uma troca de correio eletrônico.
O projeto Kidllink do Brasil tem aulas virtuais em um servidor público com orientações pedagógicas para professores e alunos. Outro exemplo para se conhecer é o servidor de IRC da Puc do Rio de Janeiro (/server irc.puc-rio.br).
Os professores podem promover encontros virtuais com seus alunos e especialistas, o que enriquecerá a conferência. Alunos também podem promover encontros com outros alunos ou com professores para o esclarecimento de dúvidas e pesquisa.
Concluindo, observa-se que as novas tecnologias apresentam um grande leque de possibilidades a serem testadas com o uso da Internet, vista como um espaço onde há relações, trocas e construções entre as pessoas, sendo que o que faz a diferença é a maneira como o professor e aluno irão utilizar essa tecnologia. Como nos coloca Agenor V. Oliveira:
[...] O uso da tecnologia deve ser visto pelo professor como um recurso, uma ferramenta que não promove o aprendizado por si só. Todo o trabalho deve estar embasado no referencial pedagógico que irá dar o suporte apropriado para o desenvolvimento do projeto educacional, sendo a tecnologia vista como mais um recurso mediador do processo. (Oliveira, 2001)
REFERÊNCIAS
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BEHRENS, Marilda Aparecida. “Projetos de Aprendizagem Colaborativa num Paradigma Emergente”. In: BEHRENS, Marilda A., MASETTO, Marcos T., MORAN, José M. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2º ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
BRAGA, Clarissa B. de Pinho. Internet e Educação: O caso do projeto nas escolas no Colégio Alexandre Leal Costa. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1999.
EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES. Serviço TV Executiva - descrição de serviço. Brasília, Embratel, 1997.
ESCOLA DO FUTURO. A forma de se tornar um usuário cidadão da Internet.1997. Disponível em
GARCIA, Paulo S. Redes Eletrônicas no ensino de ciências: Avaliação Pedagógica do "Projeto Ecologia" em São Caetano do Sul. Dissertação de Mestrado. São Paulo : Universidade Mackenzie, 1997.
LÉVY, Pierre. O que é Virtual ? Tradução Paulo Neves, São Paulo:Ed 34, 1996.
--------. Cibercultura. 1º Ed. São Paulo: Ed 34, 1999.
-------. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
MASETTO, Marcos T. “Mediação Pedagógica e o uso da tecnologia”. In: BEHRENS, Marilda A., MASETTO, Marcos T., MORAN, José M. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2º ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
MORAN José Manuel. “Ensino e Aprendizagem Inovadores com Tecnologias Audiovisuais e Telemática”. In: BEHRENS, Marilda A.; MASETTO, Marcos T., MORAN José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.
--------. Como utilizar a Internet na Educação. Revista Ciência da Informação, vol 26, nº 2, p. 146-153, maio-agosto, 1997.
--------. Mudar a forma de ensinar e aprender com tecnologias. 09/2000, Disponível em: .
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--------. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia. 09/2000, Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov.htm.
OLIVEIRA, Agenor Virgínio. Construção de Ambientes Virtuais de Aprendizagem Baseados na Internet – Utilizando Recursos Gratuitos. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.
PROINFO. Uso Pedagógico do Web-Based Chat – Uma atividade Piloto para explorar o potencial Web-Based Chat. Programa Nacional de Informática na Educação, Secretaria de Educação a Distãncia, Ministério da Educação, Brasília, 2000.
RODRIGUES, Rosângela S. Modelo de Avaliação para cursos no ensino à distância: estrutura, aplicação e avaliação. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.
SANTOS, Eduardo Toledo. Educação à Distância. Conceitos, Tecnologias, Constatações, Presunções e Recomendações. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo: EPUSP, 1999.
TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor da atualidade. 2º ed., São Paulo: Érica, 2000.
* Graduação em Ciência da Computação, Mestre em Educação pela Universidade Mackenzie.
[1] Sistemas de busca – são páginas destinadas a realização de pesquisas na web.
[2] Links são palavras ou ilustrações pré-estabelecidas como pontos de saltos. Quando clicadas, provocam a transferência para outro assunto ou página Web.
[3] Shareware - Programas de computador que, embora protegidos por copyright, podem ser testados e experimentados integralmente antes da aquisição durante um período de tempo.
[4] Freeware - Programas protegidos por copyright, mas cujos proprietários os colocam à disposição do público para uso gratuito.
[5] Hipertexto - O acesso não seqüencial ao texto de um documento. O leitor tem a liberdade de percorrer caminhos associativos ao longo do documento, seguindo relações predefinidas ou criadas por ele próprio.
[6] Hipermídia - Uma aplicação de instrução auxiliada por computador, que seja capaz de associar gráficos, som, vídeo e síntese de voz a recursos e técnicas de hipertexto.