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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Internet na educação: não fique de fora dessa, professor!



Internet na educação: não fique de fora dessa, professor!
Valéria Poletti
Os avanços da tecnologia estão sendo utilizados por todos os ramos do conhecimento. Tudo é muito rápido – estamos vivendo uma época de amplo acesso à informação. Recursos como computadores, Internet, TV a cabo, DVD e CD-Rom estão por aí, disponíveis a quem quiser usar. Governos e iniciativa privada estão em pleno trabalho para a democratização do uso de tudo isso. É uma tendência irreversível!Com todo esse mundo de informações disponíveis, nossos alunos estão cada vez mais atualizados, informados e interessados no que há de novo. E você, como está reagindo a tudo isso? Marco Aurélio Kalinke, autor do livro Internet na Educação afirma que “A despeito de todo esse avanço tecnológico, o magistério tem sido uma das profissões que menos proveito tem tirado dos recursos disponíveis”. Segundo Kalinke, a maioria dos professores brasileiros ainda tem um grau de envolvimento muito pequeno com a informática. É claro que faltam recursos, treinamento, equipamento – o que acaba atrasando ainda mais a utilização dessas inovações na escola.Precisamos mudar esse cenário! E, além de se apropriar da tecnologia, o professor precisa também saber como utilizar com sabedoria seus recursos. A Internet é sem dúvida uma das ferramentas com maiores possibilidades de agregar valor e destacar a importância do mestre. E tem mais: o professor que não quiser comprometer-se com a grande rede vai dispor de informações e fontes cada vez mais pobres em relação aos colegas que usam a Internet. Então, não fique de fora!O uso da Internet na sala de aulaVeja só os doze aspectos da utilização da Internet que podem trazer ganhos pedagógicos, segundo Sanmya Feitosa Tajra em seu livro Informática na Educação: Novas Ferramentas Pedagógicas Para o Professor da Atualidade (Editora Érica):1. Acessibilidade a fontes diversas de assuntos para pesquisas.2. Páginas educacionais específicas para a pesquisa escolar.3. Páginas para busca de softwares.4. Comunicação e interação com outras escolas.5. Estímulo para pesquisar a partir de temas previamente definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos.6. Desenvolvimento de uma nova forma de comunicação e socialização.7. Estímulo à escrita e à leitura.8. Estímulo à curiosidade.9. Estímulo ao raciocínio lógico.10. Desenvolvimento da autonomia.11. Aprendizado individualizado.12. Troca de experiências entre professores, entre alunos e entre professores e alunos.Outros aspectos positivos citados por Kalinke são a interação que a Internet permite, a agilidade de comunicação, a possibilidade de publicação de materiais e a facilidade de acesso à informação. Vejamos:InteraçãoA Internet é formidável para tornar o processo educacional mais dinâmico. A possibilidade do aluno traçar seu próprio caminho de aprendizagem é uma das vantagens da interação. Pode-se chegar a resultados semelhantes de aprendizado através de caminhos diferentes – personalizados pelos próprios alunos. Agregando-se imagem, som, animações, a aprendizagem fica ainda mais interessante.ComunicaçãoUm quesito bastante importante na defesa do uso da Internet na escola é a facilidade de comunicação que ela permite entre os participantes do processo educacional. Não somente alunos e pofessores, mas também pais e diretores podem beneficiar-se de instrumentos como e-mail, chat, ICQ, IRC, entre outros. Tudo muito rápido, eficaz e de custo relativamente baixo.Sobre esse aspecto da comunicação, Kalinke nos lembra que “por computador, os alunos podem convesar com outros, em localidades remotas. Podem participar de jogos, gincanas on-line e atividades programadas, que geram mudanças significativas na sua forma de entender o mundo e a realidade que os cerca.”Um exemplo interessante que ele nos dá em seu livro é o ambiente de aprendizagem colaborativa Eureka, que pode ser utilizado para cursos a distância via web ou como sala de aula virtual para complemetar as atividades desenvolvidas nas salas de aula tradicionais. Para conhecê-lo, acesse:http://eureka.escolainterativa.com.brPublicação de materiaisPor meio da Internet podemos valorizar a produção de nossos alunos. Com a possibilidade de publicarmos seus trabalhos e projetos na web, abre-se uma nova perspectiva de divulgação dessa produção, podendo atingir um grande número de pessoas, assim fazendo-se conhecer o trabalho desenvolvido nas escolas. Abre-se aí a possibilidade de se estabelecer um diálogo com a comunidade, seja ela composta por acadêmicos ou apenas os habitantes do bairro. Projetos que antes ficavam restritos à divulgação da Feira de Ciências, agora ficam à disposição da comunidade por tempo indeterminado, tornando-se parte da história da sua região, o que pode servir de grande estímulo aos alunos para que dêem o seu melhor na hora de produzir seus trabalhos.Acesso à informaçãoA Internet é, essencialmente, uma fonte de pesquisa. É um ambiente ideal para se obter e se trocar informação. Kalinke, citando A. Sobral em seu livro Internet na Escola: O Que É, Como Se Faz (Edições Loyola), nos dá algumas características da pesquisa na Internet que justificam seu uso no processo educacional:
Oferece um número praticamente ilimitado de recursos.
Requer uma palavra-chave para pesquisar e não tem, ao contrário da biblioteca, uma organização precisa.
Promove o esforço pessoal de pesquisa.
Não resulta de um esforço de reunir todas as informções relevantes: cada site determina que material apresentar, o que pode deixar alguns assuntos em segundo plano.
O formato eletrônico dos dados facilita sua obtenção.
Facilita a descoberta de múltiplos pontos de vista sobre um mesmo assunto.
É facilmente atualizável, podendo conter as informções mais recentes.
Requer que se desenvolva uma boa capacidade de se selecionar aquilo que se precisa, evitando o supérfluo.
Não parte, dada sua generalidade, das necessidades específicas dos usuários.
Por ter um enorme volume de informações, a Internet é uma vastíssima fonte de pesquisa, com a vantagem de trazer conteúdo sobre qualquer assunto e ainda ser bastante fácil de ser feita. Mas atenção: a Internet não pode ser a única fonte de pesquisa na escola. Ela deve ser considerada como mais uma ferramenta disponível de investigação. E, agora, vamos à prática...Para ser bem aproveitada, a Internet exige que os professores orientem seu uso aos estudantes. Se faz necessário que você indique aos seus alunos sites e links, para que se organize, se direcione, se qualifique os trabalhos e atividades.Para isso, fique de olho em indicações de sites e links em revistas, jornais e programas de televisão. A maneira mais rápida de se encontrar algo é através das máquinas de busca. Você sabe o que é isso? “Máquinas de busca são sistemas que têm por objetivo encontrar informação de interesse dos usuários na World Wide Web. Em termos gerais, elas coletam continuamente os dados disponíveis na Web e montam uma grande base de dados que é processada para aumentar a rapidez na recuperação de informação. Sem as máquinas de busca seria praticamente impossível encontrar informação na Internet, uma vez que há mais de um bilhão de páginas espalhadas em todo o mundo.” (Fonte: TodoBR – www.todobr.com.br)As máquinas de busca mais conhecidas são:Google (www.google.com.br) Cadê? (www.cade.com.br) MetaMiner (www.miner.com.br) Quem (www.quem.com.br) RadarUol (www.radaruol.com.br) Yahoo!Brasil (www.yahoo.com.br) Para indicar aos seus alunos sites que usarão em seus trabalhos, é necessário que você faça uma análise pedagógica, levando em conta os aspectos educacionais e não apenas os aspectos visuais, de conteúdo e de navegabilidade. Kalinke aborda alguns critérios para se fazer essa análise usando as teorias construtivistas e ergonômicas. Seria praticamente impossível resumir esses critérios em poucas palavras, portanto... se você quer realmente se aprofundar nesse assunto, vale a pena ler o livro. Mas, para ajudá-lo a fazer uma análise rápida e eficiente – porém não totalmente conclusiva – dos sites que indicará aos seus alunos, Kalinke criou um checklist, que pode ser utilizado para verificar se um site apresenta seu conteúdo privilegiando uma abordagem pedagógica construtivosta e ergonomicamente adequada. Vamos à lista:
Critérios
Sim
Não
Critérios relativos a aspectos construtivistas
O site disponibiliza ferramentas de interação?


O site trata o erro como possibilidade de uma nova abordagem da questão?


O site é um ambiente dinâmico?


O site disponibiliza ferramentas e tecnologias que permitem modelagens e simulações?


Critérios relativos a aspectos ergonômicos
O site apresenta boa legibilidade?


O site disponibiliza documentação?


O site possui boa navegabilidade?


Para saber mais:Internet na Educação, de Marco Aurélio Kalinke. Editora do Chain – tel.: (41) 264-3484 Contatos com o autor: kalinke@onda.com.br – www.supermatematica.com

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