UOL Educação

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Os problemas na utilização da Internet


Os problemas na utilização da Internet



Percebe-se que a Internet pode abrir um universo de oportunidades e perspectivas, mas também ocorrem alguns problemas a serem observados pelos educadores. A sua utilização compreende determinados riscos, que poderão ter conseqüências negativas para os alunos como o livre acesso a sites com problemas étnicos, pornografias, pedofilia, violência ou que conduzam à prática de atividades perigosas. Este é um aspecto a que os educadores precisam estar atentos para orientar corretamente seus alunos. Existem vários softwares que limitam o acesso a sites impróprios, filtrando o conteúdo a ser exibido na tela, mas não são infalíveis. A presença, o acompanhamento e a orientação de educadores e familiares é insubstituível.

Os professores precisam estar informados sobre direitos autorais para poder orientar seus alunos, pois a Internet é um universo livre de informações disponíveis, e nem sempre válidas. O aluno precisa aprender a avaliar a qualidade e a exatidão da fonte. Ao baixar um arquivo (texto, som, imagem) é necessário buscar permissão do autor para poder copiar o material.

Percebe-se que alguns alunos acostumados a receber tudo pronto do professor “não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender” proporcionada pelas redes eletrônicas, bem como há alguns professores que “criticam essa nova forma, porque parece um modo de não dar aula, de ficar brincando de aula [...]”. (Moran, 2001)

Em trabalho com pesquisas, na rede, os alunos podem se perder no emaranhado de informações, ou também se distrair com outras “informações pouco significativas, ficando na periferia dos assuntos, sem aprofundá-los, sem integrá-los num paradigma consistente". Com tal diversidade de conteúdos deverá se ter especial cuidado, com a possibilidade de ocorrer uma aproximação apenas superficial das informações. Percebe-se “também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro. Essa impaciência leva-os a aprofundar pouco as possibilidades que há em cada página encontrada. Os alunos, principalmente os mais jovens passeiam pelas páginas da Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto deixam de lado, por afobação, outras tantas, tão ou mais importantes". (Moran, 2000)

Observa-se que os alunos encantados pelas imagens, sons, animações, vão baixando tudo o que vêem, não estabelecendo uma relação, reflexão sobre o conteúdo abordado. Alguns alunos “tendem acumular muitos textos, lugares, idéias, que ficam gravados [...]. Colocam os dados em seqüência mais do que em confronto. Copiam os endereços, os artigos uns ao lado dos outros, sem a devida triagem". (Moran, 2001)

As atualizações e depurações na Internet são rápidas e constantes, tornando-se um desafio encontrar a informação novamente no endereço citado, pois, a Internet é um vasto banco de dados, mas em permanente mudança. De acordo com as necessidades de produção e domínio desses dados os organizadores ou proprietário dessas páginas ou dos sites inserem ou retiram elementos dos mesmos. Além disso, muitos endereços saem momentaneamente do domínio da navegabilidade, ou são alterados, impedindo ao usuário utilizar a página em diferentes momentos.
Pelo fato da Internet ser uma estrutura de hipertexto, se faz necessária muita atenção por parte de professores e alunos, pois algumas vezes pode-se tornar difícil acessar a mesma página novamente, por não se saber qual o caminho percorrido para chegar até ela anteriormente.

A falta de conhecimentos na utilização dos recursos da Internet podem dificultar ou atrasar o desenvolvimento de um projeto, pois se faz necessários conhecimentos prévios por parte dos professores e alunos.

Para a publicação de um material pode ocorrer algum problema quanto à limitação do espaço de armazenamento, sendo que a maioria das vezes a disponibilidade de espaço oferecido pelos provedores (principalmente os gratuitos) podem não atender as necessidades de um trabalho.

Grande parte dos sites se apresenta na língua inglesa, requerendo maior esforço do aluno cuja primeira língua não é o inglês ou ainda impossibilitando a sua leitura, conforme afirma o professor do Departamento de Ciências Políticas da UFMG[1], José Eisenberg: “80% dos sites na Rede Mundial de Computadores são em língua inglesa”. (Eisenberg, 2002)

Há também problemas com a própria rede, que às vezes, torna a conexão lenta, traz problemas de segurança e manutenção técnica, além da despesa com o provedor.
[1] UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.

Internet na educação: não fique de fora dessa, professor!



Internet na educação: não fique de fora dessa, professor!
Valéria Poletti
Os avanços da tecnologia estão sendo utilizados por todos os ramos do conhecimento. Tudo é muito rápido – estamos vivendo uma época de amplo acesso à informação. Recursos como computadores, Internet, TV a cabo, DVD e CD-Rom estão por aí, disponíveis a quem quiser usar. Governos e iniciativa privada estão em pleno trabalho para a democratização do uso de tudo isso. É uma tendência irreversível!Com todo esse mundo de informações disponíveis, nossos alunos estão cada vez mais atualizados, informados e interessados no que há de novo. E você, como está reagindo a tudo isso? Marco Aurélio Kalinke, autor do livro Internet na Educação afirma que “A despeito de todo esse avanço tecnológico, o magistério tem sido uma das profissões que menos proveito tem tirado dos recursos disponíveis”. Segundo Kalinke, a maioria dos professores brasileiros ainda tem um grau de envolvimento muito pequeno com a informática. É claro que faltam recursos, treinamento, equipamento – o que acaba atrasando ainda mais a utilização dessas inovações na escola.Precisamos mudar esse cenário! E, além de se apropriar da tecnologia, o professor precisa também saber como utilizar com sabedoria seus recursos. A Internet é sem dúvida uma das ferramentas com maiores possibilidades de agregar valor e destacar a importância do mestre. E tem mais: o professor que não quiser comprometer-se com a grande rede vai dispor de informações e fontes cada vez mais pobres em relação aos colegas que usam a Internet. Então, não fique de fora!O uso da Internet na sala de aulaVeja só os doze aspectos da utilização da Internet que podem trazer ganhos pedagógicos, segundo Sanmya Feitosa Tajra em seu livro Informática na Educação: Novas Ferramentas Pedagógicas Para o Professor da Atualidade (Editora Érica):1. Acessibilidade a fontes diversas de assuntos para pesquisas.2. Páginas educacionais específicas para a pesquisa escolar.3. Páginas para busca de softwares.4. Comunicação e interação com outras escolas.5. Estímulo para pesquisar a partir de temas previamente definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos.6. Desenvolvimento de uma nova forma de comunicação e socialização.7. Estímulo à escrita e à leitura.8. Estímulo à curiosidade.9. Estímulo ao raciocínio lógico.10. Desenvolvimento da autonomia.11. Aprendizado individualizado.12. Troca de experiências entre professores, entre alunos e entre professores e alunos.Outros aspectos positivos citados por Kalinke são a interação que a Internet permite, a agilidade de comunicação, a possibilidade de publicação de materiais e a facilidade de acesso à informação. Vejamos:InteraçãoA Internet é formidável para tornar o processo educacional mais dinâmico. A possibilidade do aluno traçar seu próprio caminho de aprendizagem é uma das vantagens da interação. Pode-se chegar a resultados semelhantes de aprendizado através de caminhos diferentes – personalizados pelos próprios alunos. Agregando-se imagem, som, animações, a aprendizagem fica ainda mais interessante.ComunicaçãoUm quesito bastante importante na defesa do uso da Internet na escola é a facilidade de comunicação que ela permite entre os participantes do processo educacional. Não somente alunos e pofessores, mas também pais e diretores podem beneficiar-se de instrumentos como e-mail, chat, ICQ, IRC, entre outros. Tudo muito rápido, eficaz e de custo relativamente baixo.Sobre esse aspecto da comunicação, Kalinke nos lembra que “por computador, os alunos podem convesar com outros, em localidades remotas. Podem participar de jogos, gincanas on-line e atividades programadas, que geram mudanças significativas na sua forma de entender o mundo e a realidade que os cerca.”Um exemplo interessante que ele nos dá em seu livro é o ambiente de aprendizagem colaborativa Eureka, que pode ser utilizado para cursos a distância via web ou como sala de aula virtual para complemetar as atividades desenvolvidas nas salas de aula tradicionais. Para conhecê-lo, acesse:http://eureka.escolainterativa.com.brPublicação de materiaisPor meio da Internet podemos valorizar a produção de nossos alunos. Com a possibilidade de publicarmos seus trabalhos e projetos na web, abre-se uma nova perspectiva de divulgação dessa produção, podendo atingir um grande número de pessoas, assim fazendo-se conhecer o trabalho desenvolvido nas escolas. Abre-se aí a possibilidade de se estabelecer um diálogo com a comunidade, seja ela composta por acadêmicos ou apenas os habitantes do bairro. Projetos que antes ficavam restritos à divulgação da Feira de Ciências, agora ficam à disposição da comunidade por tempo indeterminado, tornando-se parte da história da sua região, o que pode servir de grande estímulo aos alunos para que dêem o seu melhor na hora de produzir seus trabalhos.Acesso à informaçãoA Internet é, essencialmente, uma fonte de pesquisa. É um ambiente ideal para se obter e se trocar informação. Kalinke, citando A. Sobral em seu livro Internet na Escola: O Que É, Como Se Faz (Edições Loyola), nos dá algumas características da pesquisa na Internet que justificam seu uso no processo educacional:
Oferece um número praticamente ilimitado de recursos.
Requer uma palavra-chave para pesquisar e não tem, ao contrário da biblioteca, uma organização precisa.
Promove o esforço pessoal de pesquisa.
Não resulta de um esforço de reunir todas as informções relevantes: cada site determina que material apresentar, o que pode deixar alguns assuntos em segundo plano.
O formato eletrônico dos dados facilita sua obtenção.
Facilita a descoberta de múltiplos pontos de vista sobre um mesmo assunto.
É facilmente atualizável, podendo conter as informções mais recentes.
Requer que se desenvolva uma boa capacidade de se selecionar aquilo que se precisa, evitando o supérfluo.
Não parte, dada sua generalidade, das necessidades específicas dos usuários.
Por ter um enorme volume de informações, a Internet é uma vastíssima fonte de pesquisa, com a vantagem de trazer conteúdo sobre qualquer assunto e ainda ser bastante fácil de ser feita. Mas atenção: a Internet não pode ser a única fonte de pesquisa na escola. Ela deve ser considerada como mais uma ferramenta disponível de investigação. E, agora, vamos à prática...Para ser bem aproveitada, a Internet exige que os professores orientem seu uso aos estudantes. Se faz necessário que você indique aos seus alunos sites e links, para que se organize, se direcione, se qualifique os trabalhos e atividades.Para isso, fique de olho em indicações de sites e links em revistas, jornais e programas de televisão. A maneira mais rápida de se encontrar algo é através das máquinas de busca. Você sabe o que é isso? “Máquinas de busca são sistemas que têm por objetivo encontrar informação de interesse dos usuários na World Wide Web. Em termos gerais, elas coletam continuamente os dados disponíveis na Web e montam uma grande base de dados que é processada para aumentar a rapidez na recuperação de informação. Sem as máquinas de busca seria praticamente impossível encontrar informação na Internet, uma vez que há mais de um bilhão de páginas espalhadas em todo o mundo.” (Fonte: TodoBR – www.todobr.com.br)As máquinas de busca mais conhecidas são:Google (www.google.com.br) Cadê? (www.cade.com.br) MetaMiner (www.miner.com.br) Quem (www.quem.com.br) RadarUol (www.radaruol.com.br) Yahoo!Brasil (www.yahoo.com.br) Para indicar aos seus alunos sites que usarão em seus trabalhos, é necessário que você faça uma análise pedagógica, levando em conta os aspectos educacionais e não apenas os aspectos visuais, de conteúdo e de navegabilidade. Kalinke aborda alguns critérios para se fazer essa análise usando as teorias construtivistas e ergonômicas. Seria praticamente impossível resumir esses critérios em poucas palavras, portanto... se você quer realmente se aprofundar nesse assunto, vale a pena ler o livro. Mas, para ajudá-lo a fazer uma análise rápida e eficiente – porém não totalmente conclusiva – dos sites que indicará aos seus alunos, Kalinke criou um checklist, que pode ser utilizado para verificar se um site apresenta seu conteúdo privilegiando uma abordagem pedagógica construtivosta e ergonomicamente adequada. Vamos à lista:
Critérios
Sim
Não
Critérios relativos a aspectos construtivistas
O site disponibiliza ferramentas de interação?


O site trata o erro como possibilidade de uma nova abordagem da questão?


O site é um ambiente dinâmico?


O site disponibiliza ferramentas e tecnologias que permitem modelagens e simulações?


Critérios relativos a aspectos ergonômicos
O site apresenta boa legibilidade?


O site disponibiliza documentação?


O site possui boa navegabilidade?


Para saber mais:Internet na Educação, de Marco Aurélio Kalinke. Editora do Chain – tel.: (41) 264-3484 Contatos com o autor: kalinke@onda.com.br – www.supermatematica.com